quinta-feira, 3 de julho de 2014

Resenha: Presas - A Dádiva da Escuridão



Presas - A Dádiva da Escuridão
Autor: Marco de Moraes
Tradução: --
Numero de Páginas: 283
Editora:  Novo Seculo / Novos Talentos da Literatura Brasileira
Estas são as lembranças de um andarilho que teve de recomeçar sua jornada quando se vê em um sombro e nebuloso pântano, rodeado de cadáveres humanos. Perdido e amedrontado por não lembrar-se sequer do próprio nome, percorre florestas e estradas em busca de sobrevivência e acaba entrando em contato com o humilde povo do condado de Wisewood. Além de percorrer suas vagas recordações e tentar entender a magia que o atrai tanto àquele lugar, ele ainda deverá enfrentar os filhos da noite, as sanguinárias criaturas que insistem em persegui-lo. Neste cenário perturbador e atraente, as horas parecem dias, criando uma mistura de pesadelo e realidade; e os limites entre luz e escuridão se perdem a cada momento em meio a névoa, fazendo com que estas criaturas dominem e perdurem na escuridão.

Eu realmente não sei como contar para vocês um pouco da história, pois ela é um tanto difícil de ser posta no papel, então vamos pular essa parte.  

A primeira impressão que eu tive do livro foi que ele tinha detalhes demais e que seria uma leitura lenta e cansativa, mas não foi bem isso que aconteceu. O livro se passa numa era meio medieval, com criaturas diabólicas e lutas com espadas. No inicio não entendemos muito bem, na verdade, nem mesmo o protagonista entende, pois ele perdeu toda a sua memória, e as vezes tem alguns vislumbres. O livro é narrado em primeira pessoa, dando-nos assim, uma sensação boa ao poder ler todos os sentimentos do nosso protagonista.

"Meu sono era nublado como os dias e as noites em vigília, imaginando indignado em um ínfimo momento ter saudade. Acreditava piamente ser raro haver saudade em alguém que não tinha m passado para se lembrar. Este infeliz era eu. O próprio estado de espírito irritadiço causava rebuliço acerca do sentimentos meus. A incômoda sensação sobre a falta de algo indizível era a constante que me acompanhava, fosse perto ou longe, prematuro ou tardio, à medida do viver a que restava me adaptar." (Página 121)

Confesso que demorei para ler o livro. Aí vocês perguntam: "Mas Priscila, você não disse que não era cansativo?" E não é, gente. Eu demorei para ler porque ele é um livro que precisa ser absorvido, que precisa ser decifrado. É um livro é complexo. É um livro misterioso, tanto que em algumas partes eu mesma fiquei confusa, mas não sei se foi porque não sou acostumada a livros desse tipo, ou se realmente a história estava confusa. Até a metade do livro, você acha que está totalmente perdido no foco do livro, mas depois disso em diante, você começa a entender, começa a lembrar o que você leu no inicio, as coisas começam a se encaixar e ai fazem sentido.


"Somos os senhores de tudo debaixo do teto escuro do anoitecer, somos mais rápidos e fortes que qualquer animal. Aliás, eu cacei animais, mas aquele sangue não nos satisfaz; o gosto amargo dele lembra quanto é ruim ser como você é. Eu abracei a morte, mas ainda estou aqui. Ó, que bom foi aquele momento! Lembro como se fosse agora." (Página 67)

No decorrer da história somos apresentados à algumas criaturas, que serão muito importantes em todo o livro. Eu fiquei um pouco surpresa pelo modo como o autor abordou o assunto, não foi tão convencional como estou acostumada, e particularmente adorei isso. Além das criaturas serem o que são, algumas delas (que conhecerão no final do livro) tem outros tipos de "poderes". Durante a história, o protagonista, - que depois de encontrar com a filha do ferreiro começa a ser chamado de Irwin -, encontra com essas criaturas. Algumas nos deixam estatizados de curiosidade, porque não entendemos nada do que eles querem dizer, com o que estão dizendo.


"— Tu me vês porque as coisas são. 
— Não desvias teu olhar rendido à tentação. 
Apresentamo-nos sem cumprimento, sem afago. 
Sou quem te levará lá do lago. 

— Pelo que aparenta, é um servo do diabo! 

— Eu conduzo para onde não há abrigo. 
Apenas corto e carrego o trigo. 
Todos me conhecem, até os que se esquecem. 
Se sentes a minha presença. 
Então, não temes a tua sentença." (Página 61) 
A escrita do Marco, é um tanto antiquada, digamos assim, mas não de um modo ruim. É aquele tipo de leitura recomendada pra quem quer ter um conhecimento a mais de palavras e expressões. Os personagens são bem formados, entrando em cena nos momentos certos e saindo do mesmo modo. Os lugares são bem detalhados, para que possamos ter cena por cena em nossas mentes e imaginar tudo. Eu fiquei surpreendida com o final, pois realmente não imaginava nada do que aconteceu.
Eu recomendo o livro, não por ser de parceria, e sim por ser uma leitura gostosa e que nos dá um conhecimento maior na linguística e cultural. Acho que o livro não deixou nada a desejar. E a grande notícia é que ele não para por aqui, segundo o autor, será uma saga.


História: 5/5
Desenvolvimento: 5/5
Personagens: 5/5
Diagramação/edição: 5/5

Nota final: Cinco estrelas

Quero agradecer ao Marco pela parceria e desejar sucesso em seus futuros livros.

Contatos :
Vendas: 
E em lojas físicas.

Um beijo da Pri.

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4 comentários:

  1. Não conhecia esse livro e depois dessa resenha, deu até vontade de ler :3
    adorei a resenha!! Beeijos

    http://apequenaka.blogspot.com.br/2014/07/fontes-aniversario-da-tati.html

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    1. O livro é pouco conhecido mesmo Karol, mas ele é muito bom!
      Leia sim.

      Um beijo.

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  2. Oi, Pri, tudo bem?

    Acho que eu iria precisar me acostumar a essa escrita mais "antiga"do autor. No inicio eu iria estranhar, mas depois acostumo =P Gostei da resenha

    beijos
    Kel
    www.porumaboaleitura.com.br

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    Respostas
    1. Tudo sim Kel!
      No inicio a gente fica meio perdido mesmo, mas depois a leitura começa a fluir.

      Um beijo.

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