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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Resenha - Felizmente, o leite

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Felizmente, o leite
Neil Gaiman
Número de páginas: 128
Editora: Rocco Jovens leitores
Classificação: 
Sinopse: Uma prosaica ida até o mercado se transforma numa incrível aventura no mais recente livro infantil do celebrado escritor britânico Neil Gaiman, que coloca um estranho objeto prateado no caminho de um pai que só queria comprar um pouco de leite para o café da manhã. Aliás, aquele disco prateado gigantesco estacionado em plena rua Marshall, com seres verdes um tanto gosmentos e bastante ranzinzas querendo reformar o (nosso) mundo, é só a primeira de muitas surpresas que esperam pelo zeloso pai de família na história, que inclui ainda viagens no tempo e no espaço num balão, um dinossauro inventor, navios piratas, vulcões e outras maluquices. Será que o café da manhã das crianças está a salvo? Com ilustrações incríveis de Skottie Young, Felizmente, o leite é uma história de fantasia com uma boa dose de nonsense e o senso de humor peculiar de Neil Gaiman.


Minha opinião



Eu sou uma verdadeira apaixonada pelas obras do "tio" Neil Gaiman. Não importa pra qual público ele escreva, eu amo todos os seus livros. Por isso, vim falar um pouquinho para vocês sobre Felizmente, o Leite, um infanto juvenil super leve e divertido. É aquele livro ideal para quem está precisando sair da famosa ressaca literária.


Ter leite para o café da manhã é uma das coisas mais normais em muitas casas. Aqui na minha pelo menos é sagrado tomar um bom café com leite toda manhã. No livro não é muito diferente: os dois filhos estão acostumados a tomar leite na sua refeição matinal. E sempre há leite na geladeira. Ou quase sempre. A mãe vai viajar, e deixa os filhos com o pai, então o leite acaba, e, para salvar o dia, e o café da manhã o pai sai para comprar mais leite. O que era pra ser uma simples ida no mercado acaba demorando muito mais que o previsto. 

Finalmente, quando ele retorna, os filhos querem saber o que aconteceu para ele ter demorado tanto. E é aí que ele começa a narrar sua incrível jornada. Dinossauros, E.T.s, Piratas, viagens no tempo e algumas piranhas. Foram tantas as peripécias que é difícil dizer o quanto foi difícil para o pai chegar em casa com o leite, mas ele conseguiu!



O livro é bem curtinho e super fluído o que me fez devorá-lo em uma tarde. Mas a cereja do bolo para mim foram as ilustrações contidas nas páginas do livro, sempre ilustrando as situações inusitadas que o pai encontrou pelo caminho. Não posso falar muito mais sobre, para não dar spoilers sobre o que acontece nessa jornada inusitada, mas posso afirmar que esse livrinho é daquele tipo que você lê e recomenda para todas as idades. Fofo, engraçado e muito amorzinho. ♥

sexta-feira, 10 de março de 2017

Resenha -



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O Filho de Mil Homens
Valter Hugo Mãe
Livro cedido pela editora
Número de páginas: 224
Editora: Biblioteca Azul
Classificação: 
Sinopse: A edição de O filho de mil homens traz novo projeto gráfico e prefécio de Alberto Manguel. Quinto romance do escritor no Brasil, o livro reflete sobre o prazer do amor incondicional, que o ser humano parece buscar para preencher o que lhe falta. Pescador que vive em um vilarejo litorâneo, Crisóstomo, ao chegar aos 40 anos, sofre com o fato de não ter tido um filho e sai em sua busca. Desejava um herdeiro que pudesse, além de lhe aplacar a solidão, ser testemunha do que ele próprio se tornou, com as alegrias e tristezas de sua trajetória. A todas as fantasias patriarcais contidas na obra, Mãe contrapõe, segundo Manguel no prefácio, “outra mais nobre e concretizável: a fantasia de um filho de mil seres humanos, tanto homens como mulheres. A essa definição correspondemos todos”.


Sobre o Livro

O pescador Crisóstomo, 40 e solteiro, deseja muito ter um filho. Por sorte, encontra Camilo, um menino de 14 anos, que foi adotado pelo velho Alfredo, que acabou de morrer, depois que sua mãe, uma anã que era estuprada, constantemente, por 15 homens da aldeia, morreu no parto. 

Isaura, uma jovem moça muito delicada, sede sua virgindade antes do casamento e, logo depois disso, seu noivo vai embora e nunca mais volta. Sua mãe e seu pai sofrem com o acontecido e dizem que a honra da família está perdida. Isaura carrega consigo uma culpa enorme pelo ocorrido, o que a torna uma pessoa triste. Até que encontra Antonino, um maricas que resolve casar com ela para fazer a felicidade de sua mãe, Matilde. Matilde acredita que é culpada pelo fato do filho ser maricas.

Rosinha, que trabalha para Matilde, é mãe de uma menina de sete anos e deseja profundamente casar-se com o velho Rodrigues, porém o destino coloca em seu caminho o viúvo Gemúndio, um senhor que tem muitas terras e que precisa de uma mulher para cuidar de sua casa.

Assim, esses personagens vão aos poucos ligando suas vidas uma as outras, transformando suas lutas e seus sofrimentos em uma linda busca pela felicidade. 



Minha opinião

O foco principal está em Crisóstomo, porém o autor apresenta várias histórias, que inicialmente parecem secundárias e independentes, e enquanto lemos, elas vão ligando-se a do pescador de uma forma comovente e muito coesa. O modo como o autor liga uma vida a outra é muito bonito. Aparentemente são vidas que não tem nada em comum, mas isso é mero engano todos estão ligados pelas angustias que carregam e pela busca de algo que preencham o vazio de seus corações.

Valter apresenta-nos personagens cheios de imperfeições, sofrimentos e angustias. Contudo todos com uma vontade de viver incrivelmente linda. Fiquei surpresa com o modo que o autor trabalha com os personagens e o modo como ele os expõe. Todos são super bem construídos e estruturados. Enquanto eu lia, ia me sentindo pequena ao comparar minha vida a dos personagens. Impossível não sentir as dores apresentadas por eles, não ficar aflita e de coração apertado com suas lutas diárias.  

O autor trabalha com temas importantes, como preconceito, machismo, tristeza, mas principalmente com a solidão. Valter usa o velho e o novo conceito de família como base para expor esses tópicos, assuntos que estão em discussão hoje em dia. Em contraste a esses pontos, Mãe mostra que, mesmo inseridos em um mundo cheio de maldades e julgamentos, a esperança, o perdão e especialmente o amor podem transformar vidas.

A escrita do Valter e poética, profunda, emocionante e bonita. Uma leitura com certeza muito intensa e sensível. Pela profundidade com que o autor trabalha e expõe os problemas e os sentimentos dos personagens, O Filho de Mil Homens é um livro que deve ser lido quando seu coração estiver leve. Caso contrário, você pode se sentir deprimido, como eu me senti em muitos trechos da história. Contudo, quando cheguei ao fim, o sentimento de plenitude tomou conta do meu coração e senti-me feliz por ter acompanhado a trajetória de personagens tão reais que pareciam estar fora do livro. 


segunda-feira, 6 de março de 2017

Resenha - A Fúria e a Aurora

A Fúria e a Aurora
A Fúria e a Aurora #1
Renée Ahdieh 
Livro cedido pela editora
Número de páginas: 336
Editora: Globo Alt
Classificação: 
Sinopse: Personagem central da história, a jovem Sherazade se candidata ao posto de noiva de Khalid Ibn Al-Rashid, o rei de Khorasan, de 18 anos de idade, considerado um monstro pelos moradores da cidade por ele governada. Casando-se todos os dias com uma mulher diferente, o califa degola as eleitas a cada amanhecer. Depois de uma fila de garotas assassinadas no castelo, e inúmeras famílias desoladas, Sherazade perde uma de suas melhores amigas, Shiva, uma das vítimas fatais de Khalid. Em nome da forte amizade entre ambas, Sherazade planeja uma vingança para colocar fim às atrocidades do atual reinado.
Noite após noite, Sherazade seduz o rei, tecendo histórias que encantam e que garantem sua sobrevivência, embora saiba que cada aurora pode ser a sua última. De maneira inesperada, no entanto, passa a enxergar outras situações e realidades nas quais vive um rei com um coração atormentado. Apaixonada, a heroína da história entra em conflito ao encarar seu próprio arrebatamento como uma traição imperdoável à amiga.
Apesar de não ter perdido a coragem de fazer justiça, de tirar a vida de Khalid em honra às mulheres mortas, Sherazade empreende a missão de desvendar os segredos escondidos nos imensos corredores do palácio de mármore e pedra e em cenários mágicos em meio ao deserto
 


Minha opinião

A maioria das pessoas já ouviu falar sobre a Sherazade, grande contadora de histórias que conseguiu manter-se viva contando histórias para seu rei, noite após noite, durante 1001 noites. Bem, neste livro não temos a mesma Sherazade, mas uma nova roupagem da história tão bem conhecida por tantos.

A nossa protagonista de A Fúria e a Aurora é destemida e está cheia de ódio: sua melhor amiga, Shiva, foi uma das noivas do Califa. Uma entre tantas moças que se casaram com o rei, e foram mortas na aurora. Sendo assim, buscando vingar a morte de Shiva, Sherazade se voluntaria para ser a próxima, mas ela não pretende morrer, e sim matar o rei monstro e por um fim ao assassinato de tantas jovens. Contando uma história, ela consegue ganhar mais um dia de vida, e com essa história somada à sua personalidade, ela consegue ganhar o próximo dia, e assim o impensável e feito: ela estava vivendo.

Khalid Ibn Al-Rashid, o rei de Khorasan, aos seus 18 anos de idade é mais odiado que muitos homens no final de sua vida. Ele matou milhares de jovens sem nenhum motivo aparente. Mas, é um rapaz cheio de segredos, um personagem calado, que a princípio dá mais espaço para que Shazi fale, e como ela fala.

Outro personagem de destaque é o Tariq. Desde os 12 anos, ele e Shazi são apaixonados, e Shiva era prima dele. Quando recebe a notícia que seu amor casou-se com o rei monstro, ele decide ir resgatá-la e matar aquele que ele acredita que vá tentar fazer mal a ela. Ele é impulsivo, e um péssimo mentiroso, mas suas intenções são nobres. Apesar de que, já digo a vocês, não torci para o sucesso dele.

"Na minha vida, a coisa mais importante que aprendi é que ninguém alcança a plenitude de seu potencial sem o amor dos outros. Não fomos feitos para ser solitários, Sherazade. Quanto mais uma pessoa afasta os outros, mais evidente se torna a sua necessidade crítica de ser amada."

O livro é cheio de quotes maravilhosas e o mundo criado por Renée é impressionante e belo. Cada personagem possui o seu próprio jeito e vai crescendo ao longo da trama, ganhando nosso afeto aos poucos. Meu coração ficou apertado em vários momentos, e eu fiquei bem dividida sobre algumas coisas, mas, acho que universalmente, todos nós torcemos pela redenção dos personagens, e pelo amor. Estou soando até meio piegas, mas é a verdade.

A editora fez um trabalho belíssimo com o livro, não só seu exterior é lindo, como os detalhes contidos em suas páginas. Encontrei um pequeno errinho de concordância que me incomodou bastante na leitura, mas nada que prejudicasse a obra como um todo.

A história termina bastante aberta e nos faz ansiar pela sua continuação. Preciso saber o que vai acontecer com a Shazi, a Tariq, ao pai da Shazi, a Khalid, e até a Despina, a camareira e espiã mais improvável que você vai encontrar pela literatura. Uma fantasia que se mistura perfeitamente com romance. Uma leitura fluída, que até me surpreendi com a rapidez que devorei todas as páginas do livro. Uma recomendação para todos aqueles que amam releituras e universos bem construídos.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Resenha - Confissões de Um Amigo Imaginário

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Confissões de Um Amigo Imaginário
Michelle Cuevas
Livro cedido pela editora
Número de páginas: 175
Editora: Galera Júnior
Classificação: 
Sinopse:  Uma imperdível aventura de alguém que descobre existir apenas na imaginação de uma garotinha. Um livro para todos aqueles que, um dia, já se sentiram à margem, deixados de lado... invisíveis Jacques tem uma leve suspeita de que ninguém gosta dele. Professores o ignoram solenemente quando levanta a mão e até mesmo seus pais precisam ser lembrados de colocar um lugar à mesa para ele! Graças a Deus por Fleur, a irmã e companheira constante. Mas então Jacques descobre uma verdade devastadora: ele não é o irmão de Fleur; é seu amigo imaginário! E aí começa uma tocante e divertida busca por seu eu verdadeiro. Uma imperdível jornada em busca do significado da vida leva Jacques de encontro às mais peculiares crianças, imaginárias e reais, e o faz descobrir a incrível e invisível maravilha de ser quem se é.

Sobre o livro


Confissões de um amigo imaginário é a autobiografia de Jacques Papier. Para ele, não há nada melhor que ter como melhor amiga sua irmã gêmea Fleur. Juntos são uma dupla inseparável e parceiros de muitas aventuras. Mas sua vida começa a mudar quando escuta seus pais comentando sobre o amigo imaginário da irmã. Imediatamente, Jacques fica triste e bravo, pois Fleur nunca comentou com ele que tinha um amigo imaginário.

Assim, ele decide, como forma de protesto, inventar seu próprio amigo imaginário.O pior é que depois disso, Jacques descobre que, na verdade, ele é o amigo imaginário da irmã. Com isso, ele decide que precisa ser livre e pede para que Fleur o liberte.

Assim, tem início uma das maiores aventura da vida de Jacques, Mas nem tudo acontece como ele imaginava. Depois de ter sua liberdade conquistada, ele acaba sendo imaginado por outra criança. Além disso faz amizade com outros amigos imaginários. Em meio a muitas aventuras, Jaques percebe sua importância na vidas das crianças que o imaginam.



Minha opinião


Por ser focado no público infantil, a escrita é leve e simples. As ilustrações tornam a leitura muito mais divertida. A diagramação está muito bonita, todas as imagens ficaram perfeitas e ajudam muito na imaginação da história. São 60 capítulos, todos curtinhos e rápidos de ler, gostei dos nomes que eles levam, encaixam-se muito bem nos acontecimentos.

Jacques é um personagem muito querido e engraçado. Porém a revelação de sua vida o faz ficar confuso sobre seus sentimentos e sua relação com a irmã. O mais bonito é que ele mostra-se ser um excelente amigo, ajudando a todos que encontra em sua ventura. Adorei o final que a autora deu para ele. Outros personagens são apresentados na história, o mais legal é que Jacques ajuda todos eles a superarem seus problemas, com isso, ele mesmo aprende a enfrentar as suas próprias dificuldades.

Confissões de um amigo imaginário é um livro fofo. O livro aborda temas ideais para o público infantil, como amizade, aceitação, relação entre irmãos e superação. Considerado pela Time Magazine um dos 10 melhores livros para crianças de 2015. Vi no blog da galera que o livro teve seus direitos vendidos para o cinema, e será levado às telas pelos estúdios Fox.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Resenha - Um Mundo Melhor

Um Mundo Melhor
Um mundo melhor
Brilhantes #2
Marcus Sakey 
Livro cedido pela editora
Número de páginas: 420
Editora: Galera Record
Classificação: 
Sinopse: Pessoas com poderes especiais numa trama que envolve conspiração, política e terrorismo. O aguardado segundo volume da série Brilhantes. Nick Cooper lutou para que os brilhantes, parcela da população dotada de habilidades incomuns, fossem aceitos e integrados na sociedade até uma rede terrorista, liderada por brilhantes, atingir três cidades e deixar o país à beira de uma guerra civil. Cooper é brilhante e agora também consultor do presidente dos Estados Unidos, e contra tudo o que os terroristas representam. Porém, conforme o país descamba para o caos, ele se vê forçado a participar de um jogo que não aceita perdedores, pois seus oponentes têm uma visão particular de um mundo melhor. 
Antes de qualquer coisa tenho que avisar para os desavisados que este é o segundo livro da série Brilhantes, então provavelmente teremos spoiler do primeiro livro. Indico que se você não leu ainda o primeiro livro LEIA POR FAVOR É MARAVILHOSO não leia essa resenha pois pode estragar a experiencia. Estamos entendidos?
Então vamos lá?

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Resenha - Magônia

Magônia


Magônia
Maria Dahvana Headley
Livro cedido pela editora
Número de páginas: 144
Editora: Galera Júnior
Classificação: 
Sinopse: Uma fantasia original com ótimos personagens, complexidade emocional e um universo fantástico. Aza Ray nasceu com uma estranha doença incurável que faz com que o ato de respirar se torne mais difícil. Aos médicos só resta prescrever medicamentos fortes na esperança de mantê-la viva. Quando Aza vê um misterioso navio no céu, sua família acredita que são alucinações provocadas pelos efeitos do medicamento. Mas ela sabe que não está vendo coisas, escutou alguém chamar seu nome lá de cima, nas nuvens, onde existe uma terra mágica de navios voadores e onde Aza não é mais a frágil garota enferma. Em ''Magônia'', ela não só pode respirar como cantar. Suas canções têm poderes transformadores e, através delas, Aza pode mudar o mundo abaixo das nuvens. Em uma brilhante e sensível estreia no gênero young adult, Maria Dahvana Headley constrói uma fantasia rica em nuances e cheia de simbolismo.

Magônia é o primeiro volume da trilogia homônima, sendo que o segundo volume, Aerie, foi lançado este ano nos EUA e ainda não tem previsão de lançamento por aqui.

Sobre o livro

Aza Ray está prestes a fazer 16 anos, o que é uma vitória já que ela sofre com uma doença rara, tão rara que é a única pessoa no mundo com a doença. Seus pulmões não funcionam direito, e os médicos, como não sabem o porquê, não conseguem encontram a cura para sua dificuldade em respirar. Para piorar, seu coração está fora do lugar. Isso tudo faz com que a vida de Aza seja praticamente dentro de hospitais.

Mas toda essa dificuldade é amenizada pelo amor que recebe de sua família e de seu melhor amigo Jason. Desde pequena, Aza tem Jason ao seu ao lado, que além de ser um ótimo amigo, estuda, secretamente, a doença da amiga para tentar encontrar uma cura.

Tudo começa a mudar quando, no meio de uma tempestade de raios, Aza vê navios e velas atrás das nuvens. Além disso, ela tem certeza que escutou uma voz chamando seu nome. Ela acredita que pode estar alucinando, já que esse é um dos efeitos de tomar alguns remédios. Enquanto ela conta para o amigo sobre o ocorrido, Jason cita Magônia, um possível mundo sobre as nuvens, que virou até lenda em alguns lugares do planeta.

Quando uma segunda tempestade de raios começa, Aza vê, pela janela de seu quarto, centenas de pássaros, de todas as espécies. Até que um entra pela sua boca, e ela começa a ficar sem ar. Aza é socorrida e, no caminho para o hospital, não resiste e morre.

Ao acordar, Aza encontra-se no céu e com seus pulmões funcionando bem. Magônia realmente existe, e Aza nem sempre viveu na Terra. Além disso, descobrirá que possui o poder do canto e que com ele terá que lutar pela sobrevivência e pelo sustento de Magônia.


Eu { } você mais do que [[[(((((   )))))]]]
Minha opinião

A narrativa é em primeira pessoa, contada ora sob ponto de vista de Aza, ora sob ponto de vista de Jason. Os capítulos de Jason são, sem dúvida os melhores, tive impressão de serem mais intensos. A escrita da autora leve leve, fluida e, em alguns momentos, profunda.

Sempre digo que sou “nova” lendo fantasia, para mim tudo é diferente e original. E não foi diferente com Magônia. Imagina a mistura: céu, navios, canções e pessoas-pássaros. É claro que o resultado é um livro incrível. O universo de Magônia é único e rico. Há muitos elementos para serem explorados nos próximos livros. A canção movendo o mundo e os seres ficou tocante, causou-me estranheza em alguns momentos. Confesso que achei a primeira metade do livro mais interessante e mais instigante. Gostei muito da ligação entre Magônia e a Terra, mais um elemento que espero que seja mais explorado pela a autora ao longo da trilogia.

Aza conseguiu me irritar em alguns momentos, principalmente em sua chegada em Magônia. Contudo, seus pontos fortes, como curiosidade e coragem, fizeram com que eu gostasse dela na maior parte do tempo. O povo magoniano é muito interessante. Fiquei imaginando como seria esse hibrido humano-pássaro e, na minha cabeça, criei um ser lindo. Dai, um magoniano que vira par de Aza durante as canções, é muito dedicado. Acho que vi um início de um triângulo amoroso, mas não achei nada muito explicito, por isso não sei se a intenção da autora é explorar isso nos próximos livros ou se é coisa da minha cabeça mesmo. Zal é uma personagem muito forte, quero muito saber mais sobre ela e sobre os motivos que levam ela a fazer o que fez. Jason é incrível, cheio de personalidade. Porém o modo que algumas coisas acontecem para ele no final foram surreais demais até para um livro de fantasia.


Toda a parte política da trama não foi muito explorada. Isso deixou muitas pontas soltas e muitos questionamentos. Espero que a autora desenvolva mais a problemática da história no próximo livro, pois tem muita coisa legal para ser explorada. A mitologia criada sobre os canwr é uma das coisas mais bonitas que já vi em um livro. O modo como é desenvolvido a ligação entre o canwr e o ser magoniano é fascinante.

O fim foi uma das coisas que me incomodou um pouco, tudo que aconteceu foi muito rápido e a solução muito fácil. Mesmo assim, estou ansiosa pelo segundo livro para saber o que acontecerá com Magônia e para encontrar as algumas respostas para as perguntas que ficaram nesse primeiro livro.

Se você procura uma fantasia diferente e bonita, esse livro é ideal.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Resenha - George

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George
Alex Gino
Livro cedido pela editora
Número de páginas: 144
Editora: Galera Júnior
Classificação: ★★
Sinopse: Seja quem você é. Quando as pessoas olham para George, acham que veem um menino. Mas ela sabe que não é um menino. Sabe que é menina. George acha que terá que guardar esse segredo para sempre: ser uma menina presa em um corpo de menino. Até que sua professora anuncia que a turma irá encenar “A teia de Charlotte”, e George quer muito ser Charlotte, a aranha e protagonista da peça. Mas a professora diz que ela nem pode tentar o papel porque... é um menino. Com a ajuda de Kelly, sua melhor amiga, George elabora um plano. E depois que executá-lo todos saberão que ela pode ser Charlotte — e entenderão quem ela é de verdade também.

Com personagens únicas e uma narrativa tocante, Jojo Moyes conta uma história inesquecível que captura perfeitamente o espírito romântico e de aventura desse período da História, destacando a bravura de inúmeras mulheres que arriscaram tudo em busca de um sonho.

George tem 10 anos. Nasceu em um corpo de menino, mas sabe que na verdade é uma menina. Ela vive seus dias tentado pensar em como contar para seus amigos e sua família que é menina.

Até que um dia na aula sobre o livro "A Menina e o Porquinho", a professora conta que eles farão um teatro sobre a história e que serão selecionados para os papeis. George vê então a possibilidade de interpretar a personagem Charlotte, a aranha. E com isso, mostrar para sua mãe que ela (no caso, ele) é uma menina.

Ao realizar o teste para o papel da aranha, a professora informa que não seria justo dar o papel para um menino, visto que muitas meninas querem o papel de charlote. George fica arrasada, mas com a ajuda da amiga Kelly, elabora um plano para que no dia da apresentação possa ser Charlotte e mostrar para as pessoas que qualquer um pode interpretar e ser que quiser.


Quando soube que o livro iria abordar a transexualidade, principalmente com o foco em uma criança de 10 anos, na mesma hora desejei lê-lo.

Minha primeira surpresa foi com a narração, que é toda em terceira pessoa com o pronome “ELA”. Porém, todos os personagens chamam George de “ELE”, “MANO”, “AMIGO”, “FILHO”, “IRMÃO”. Tudo no masculino. Mas isso acontece porque as pessoas só veem o exterior, não sabem que na verdade George sente-se como uma menina. Isso me causou um certo estranhamento no início da leitura.  Aos poucos me acostumei com a narração. A escrita do autor é muito simples, leve e fluida. São 12 capítulos curtos e rápidos. O texto é perfeito e direito, para que o público-alvo compreenda um tema tão delicado.

George é uma menina, retraída, insegura, preocupada, mas delicada. Me senti angustiada com a preocupação que ela levava 24 horas por dia. Aquelas palavras, que ficavam trancadas quando ela queria dizer que é na verdade uma menina, me deixaram nervosa e com vontade de ajudá-la. Gente, queria pegar essa menina e trazer para minha casa. Abraçá-la e dizer: sim! Você é uma menina!

Fico imaginando a confusão na cabeça de uma criança que nasceu em um corpo de menino, mas se sente como uma menina e gosta de coisas de menina. Mas do que a compreensão das pessoas que estão a sua volta, ela precisa de apoio emocional. A certeza de George é tanta que não consegui imaginar um personagem em forma de menino. Minha imaginação ficou tipo Eleven de Stranger Things, hahaha!


Consegui compreender a demora da mãe de George em aceitar os fatos. Deve ser muito confuso para uma mãe ver o filho que criou como menino ser, na verdade, uma menina. Mas foi o irmão que me surpreendeu. A naturalidade que ele aceita quando “o irmão diz que é menina” é linda. O papel da amiga Kelly é o mais importante e decisivo para as escolhas de George nesse momento de sua vida. Fiquei muito feliz com o incentivo dado por ela. George poderia sofrer mais um pouco com esse medo de revelar seu gênero.   Mas acreditem, eu não gostei tanto dela não. Ela estava muito mais preocupada com o fato de ter uma amiga menina do que realmente ajudar “o amigo” (minha percepção). 

Só comecei a ler livros com essa temática LGBT faz alguns meses. Nos poucos livros que li, achei que o tema foi abordado sempre muito superficialmente. George, apesar de ser um livro voltado para o público infantil, foi o que trouxe o tema da forma mais profunda. Alex Gino foi muito feliz no modo em que abordou a transexualidade. O autor, além de mostrar as preocupações com a aceitação as sociedade e da família, mostra com simplicidade e naturalidade que a questão de gênero não está ligada a sexualidade.

Com certeza um livro de impacto social muito grande. Tenho certeza de que qualquer pessoa que ler esse livro verá, com outros olhos, essas e outras questões ligadas a temática LGBT.

Por mais livros assim.


 
Livrologias, por Camila Teixeira © 2015
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