sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Resenha - George

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George
Alex Gino
Livro cedido pela editora
Número de páginas: 144
Editora: Galera Júnior
Classificação: ★★
Sinopse: Seja quem você é. Quando as pessoas olham para George, acham que veem um menino. Mas ela sabe que não é um menino. Sabe que é menina. George acha que terá que guardar esse segredo para sempre: ser uma menina presa em um corpo de menino. Até que sua professora anuncia que a turma irá encenar “A teia de Charlotte”, e George quer muito ser Charlotte, a aranha e protagonista da peça. Mas a professora diz que ela nem pode tentar o papel porque... é um menino. Com a ajuda de Kelly, sua melhor amiga, George elabora um plano. E depois que executá-lo todos saberão que ela pode ser Charlotte — e entenderão quem ela é de verdade também.

Com personagens únicas e uma narrativa tocante, Jojo Moyes conta uma história inesquecível que captura perfeitamente o espírito romântico e de aventura desse período da História, destacando a bravura de inúmeras mulheres que arriscaram tudo em busca de um sonho.

George tem 10 anos. Nasceu em um corpo de menino, mas sabe que na verdade é uma menina. Ela vive seus dias tentado pensar em como contar para seus amigos e sua família que é menina.

Até que um dia na aula sobre o livro "A Menina e o Porquinho", a professora conta que eles farão um teatro sobre a história e que serão selecionados para os papeis. George vê então a possibilidade de interpretar a personagem Charlotte, a aranha. E com isso, mostrar para sua mãe que ela (no caso, ele) é uma menina.

Ao realizar o teste para o papel da aranha, a professora informa que não seria justo dar o papel para um menino, visto que muitas meninas querem o papel de charlote. George fica arrasada, mas com a ajuda da amiga Kelly, elabora um plano para que no dia da apresentação possa ser Charlotte e mostrar para as pessoas que qualquer um pode interpretar e ser que quiser.


Quando soube que o livro iria abordar a transexualidade, principalmente com o foco em uma criança de 10 anos, na mesma hora desejei lê-lo.

Minha primeira surpresa foi com a narração, que é toda em terceira pessoa com o pronome “ELA”. Porém, todos os personagens chamam George de “ELE”, “MANO”, “AMIGO”, “FILHO”, “IRMÃO”. Tudo no masculino. Mas isso acontece porque as pessoas só veem o exterior, não sabem que na verdade George sente-se como uma menina. Isso me causou um certo estranhamento no início da leitura.  Aos poucos me acostumei com a narração. A escrita do autor é muito simples, leve e fluida. São 12 capítulos curtos e rápidos. O texto é perfeito e direito, para que o público-alvo compreenda um tema tão delicado.

George é uma menina, retraída, insegura, preocupada, mas delicada. Me senti angustiada com a preocupação que ela levava 24 horas por dia. Aquelas palavras, que ficavam trancadas quando ela queria dizer que é na verdade uma menina, me deixaram nervosa e com vontade de ajudá-la. Gente, queria pegar essa menina e trazer para minha casa. Abraçá-la e dizer: sim! Você é uma menina!

Fico imaginando a confusão na cabeça de uma criança que nasceu em um corpo de menino, mas se sente como uma menina e gosta de coisas de menina. Mas do que a compreensão das pessoas que estão a sua volta, ela precisa de apoio emocional. A certeza de George é tanta que não consegui imaginar um personagem em forma de menino. Minha imaginação ficou tipo Eleven de Stranger Things, hahaha!


Consegui compreender a demora da mãe de George em aceitar os fatos. Deve ser muito confuso para uma mãe ver o filho que criou como menino ser, na verdade, uma menina. Mas foi o irmão que me surpreendeu. A naturalidade que ele aceita quando “o irmão diz que é menina” é linda. O papel da amiga Kelly é o mais importante e decisivo para as escolhas de George nesse momento de sua vida. Fiquei muito feliz com o incentivo dado por ela. George poderia sofrer mais um pouco com esse medo de revelar seu gênero.   Mas acreditem, eu não gostei tanto dela não. Ela estava muito mais preocupada com o fato de ter uma amiga menina do que realmente ajudar “o amigo” (minha percepção). 

Só comecei a ler livros com essa temática LGBT faz alguns meses. Nos poucos livros que li, achei que o tema foi abordado sempre muito superficialmente. George, apesar de ser um livro voltado para o público infantil, foi o que trouxe o tema da forma mais profunda. Alex Gino foi muito feliz no modo em que abordou a transexualidade. O autor, além de mostrar as preocupações com a aceitação as sociedade e da família, mostra com simplicidade e naturalidade que a questão de gênero não está ligada a sexualidade.

Com certeza um livro de impacto social muito grande. Tenho certeza de que qualquer pessoa que ler esse livro verá, com outros olhos, essas e outras questões ligadas a temática LGBT.

Por mais livros assim.


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