segunda-feira, 25 de julho de 2016

Resenha - Silêncio

Silêncio
Silêncio
Silêncio
Livro cedido pela editora
Número de páginas: 280
Editora: Galera Record
Classificação: 
Sinopse: Um romance de fantasia e aventura da mesma autora de Vampire Academy.
Pelo que Fei se lembra, nunca houve um ruído em seu vilarejo todos são surdos. Na montanha, ou se trabalha nas minas ou na escola, e as castas devem ser respeitadas. Quando algumas pessoas começam também a perder a visão, inclusive a irmã de Fei, ela se vê obrigada a agir e a desrespeitar algumas leis. 
O que ninguém sabe é que, de repente, ela ganha um aliado: o som, e ele se torna sua principal arma. Ao seu lado, segue também um belo e revolucionário minerador, um amigo de infância há muito afastado em função do sistema de castas.
Os dois embarcam em uma jornada grandiosa, deixando a montanha para chegar ao vale de Beiguo, onde uma surpreendente verdade mudará
suas vidas para sempre. Fei não demora a entender quem é o verdadeiro inimigo, e descobre que não se pode controlar o coração.

Se você acompanha esse blog já deve saber que tenho uma pequena obsessão pela Richelle Mead, pois se não sabia, agora está sabendo. Eu sempre piro quando fico sabendo dos lançamentos da autora! Desde Vampire Academy passei a acompanhar essa autora, então fiquei super animada em saber sobre o lançamento de Silêncio, estava esperando loucamente por esse livro, e agora finalmente posso falar um pouquinho sobre ele para vocês!


Silêncio se passa em um povoado Chinês, chamado Paço do Pavão. Esse povoado se encontra no topo de uma montanha e vive de maneira sub-serviente ao Vale de Beiguo que se encontra no pé da mesma. Eles sobrevivem através da trocas que fazem com esse outro povoado, enviando minérios através de uma tirolesa e recebendo comida em troca. As pessoas desse povoado vivem em um silencio intocável, já que toda a comunidade se constitui de pessoas surdas. Todos são acostumados com seu estado, a surdez é algo comum para o povo de Paço de Pavão, só que um outro problema passa a assolar o povoado, esse problema? A cegueira. Quando as pessoas começam a deixar de enxergar a situação do povoado que já não era das melhoras passa a piorar, com o aumento de pessoas cegas diminui-se o numero de trabalhadores para os minérios, assim diminuindo o material enviado para o Vale ao pé da montanha e consequentemente contribuindo para a diminuição de alimento recebido. Existe nesse vilarejo um sistema de castas constituído de três castas diferentes: os mineradores, na casta mais baixa, responsáveis pelos minérios nas minas. Os fornecedores, responsáveis pelas trocas com o Vale do Beiguo, são eles que recebem e distribuem o material de troca entre o povoado. E a mais alta das castas que é a dos artistas, eles são responsáveis por registrar a história do vilarejo.
"Somente viver um dia depois do outro já não basta. Tem que haver algo mais nesta vida, algo mais que se possa esperar." 
Nossa personagem principal se chama Fei e pertence a casta dos artistas. Ela é uma das artistas mais promissoras, mas decide colocar tudo em risco para salvar sua irmã e seu povoado. Quando Fei descobre que sua irmã Zhang está começando a ficar cega e que isso pode fazer com que ela perca seu status de artista ela decide tomar medidas drásticas para salva-la. Fei possui um segredo, ela consegue ouvir, e com esse dom ela decide se unir a Li Wei, um minerador de quem ela se distanciou devido as castas, para descer a montanha e tentar resolver o problema do Paço do Pavão. Ninguém consegue descer a montanha que é muito ingrime, mas Fei podendo ouvir aumenta as chances da dupla de descer e entrar em contato com os moradores de Beiguo afim de ajuda. 


Este livro trata de maneira muito forte a questão do preconceito e da desigualdade social. Richelle foca em problemas sociais e com o sistema de castas faz um paralelo com a nossa realidade atentando a manipulação que ocorre na sociedade. Temos uma protagonista que traz consigo alguns preconceitos mas que ao longo da narrativa consegue desconstruí-los de uma boa forma. Mais uma vez Richelle nos apresenta a irmandade entre mulheres em sua narrativa, as irmãs são bastante unidas e é belíssima a forma como a autora representa essa relação entre as duas, ambas se amam muito e estão dispostas a tudo para que continuem unidas e bem.
Como critica posso pontuar o inicio pouco fluido da história, as primeiras páginas por serem muito descritivas e introdutórias podem cansar um pouco o leitor. Entendo que seja necessário para que possamos entender como a sociedade do livro funciona, mas acredito que isso poderia ser feito de maneira mais dinâmica. A cultura chinesa presente no livro é um dos pontos mais interessantes da mesma, já que esse é um folclore muito rico do qual eu não possuía muito conhecimento. O romance presente do livro serve para embalar essa trama de fantasia e dar certa leveza para tanta problematização politica.



Eu estava realmente esperando muito desse livro. De algumas formas fui surpreendida, já que esse não tem semelhança alguma com o meu queridíssimo Vampire Academy, mas isso não é uma coisa ruim já que Silêncio funciona de uma forma muito diferente desse, e funciona de uma ótima forma. Richelle mostra que é possível fazer critica social através da literatura YA e ainda construir uma narrativa cativante recheada de cultura. Espero que ela continue escrevendo livros do gênero e que eu possa continuar surtando com seus novos lançamentos!

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1 comentários:

  1. Oi Camila, tudo jóia?
    Comecei a leitura sem criar muitas expectativas, e em alguns momentos até me empolguei com a leitura, mais precisamente na segunda metade do livro, quando o texto tomou um ritmo mais acelerado e começamos, aos poucos, a ter algumas respostas sobre os mistérios acerca do povoado e sua história. Mas, não passou disso: o livro tinha uma proposta muito boa e nova, porém a autora não conseguiu, infelizmente, desenvolver muito bem essas peculiaridades.
    Outro aspecto que eu não curti muito no livro foi que a autora demorou muito para deslanchar a história: a ambientação foi lenta, focando sempre nas mesmas coisas.
    Assim como a questão dos elementos fantásticos foi pouco explorada, senti falta de um desenvolvimento melhor de outra coisa da qual a autora se propôs a falar: a cultura chinesa. Novamente, ela só mostrou superficialmente, mas não aprofundou muito. Porém o que mais me decepcionou foi: Richelle criou uma protagonista surda, que tinha tudo para evoluir e se tornar uma heroína badass, ela criou um livro que poderia se destacar e exaltar a diversidade e deficiência, mostrando como nada disso impediria a personagem de embarcar em uma aventura memorável e ter uma vida muito boa. Mas ao invés disso, ela meio que “cura” a protagonista indicando que uma personagem com deficiência não conseguisse sustentar uma aventura YA.
    Eu mudaria os aspectos negativos que citei acima, mas não nego que o livro tem um bom conteúdo a oferecer.
    Beijos!

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