sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Resenha- A Cidade do Sol

A Cidade do Sol
Khaled Hosseini
Número de páginas: 364
Editora: Nova Fronteira
Classificação: 
Sinopse: Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rashid, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. 
Laila tem 14 anos. É filha de um professor que sempre lhe diz: "Você pode ser tudo o que quiser." Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Confrontadas pela história, o que parecia impossível acontece: Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós. E a partir desse momento, embora a história continue a decidir os destinos, uma outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do "todo humano", somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios.

Olá galera! Como vocês estão? Espero que bem, e que tenham tido um natal feliz <3 
Bom, hoje vou resenhar um livro pelo qual sou apaixonada: A Cidade do Sol! Já comentei sobre ele algumas vezes aqui no blog, mas esse é o primeiro post em que vou um pouco mais a fundo nessa estória! Espero que, da mesma forma que me encanta ouvir falar desse livro, seja também com vocês! 


A Cidade do Sol, de Khaled Hosseini, vai narrar primeiramente a estória de Mariam, uma jovem que desde o ventre materno tem conhecimento dos sofrimentos da vida. O início dolorido de sua vida se dá pelo fato de ter nascido de uma relação fora do casamento, o que nos leva a outra realidade: a cultura no Afeganistão. Lá, a junção de uma família ''sadia'' com um erro que ocasionou uma filha bastarda, é uma verdadeira vergonha, o que levou Jamil, pai de Mariam, a separar as famílias, deixando a menina aos cuidados da mãe. Em dado momento da estória, já com Mariam crescida, sua vida é um mar de tristeza e decepção. Nesse período, começam guerras e mais guerras políticas entre facções no Afeganistão, causando mortes, dor, choro e pranto por entre as ruas da pequena Cabul, cidade onde habita a menina e agora, seu marido, Rashid. Sair de casa é um grande risco, especialmente às mulheres, que correm perigo de serem estupradas e espancadas caso saiam sem seus maridos. 
Só há uma coisa na vida que precisamos aprender, e ninguém ensina isso nas escolas. A capacidade de suportar.
Além da realidade dolorida de Mariam, conhecemos também Laila, uma menina alegre e estudiosa, que tem como melhor amigo Tariq, seu vizinho, menino com o qual divide sua vida, seus sorrisos e o seu amor. Laila assim como Mariam, viu o lado triste da vida e sofreu grandes perdas, o que uniu o caminho das duas, que passam a dividir o marido e as surras e pontapés distribuídos pelo mesmo. No início, acharam que nunca seriam amigas, mas quando as realidades se entrelaçaram e elas vêem o quanto a força de uma dependia da outra, se uniram de forma incrível e linda. 
As duas criam um laço inseparável, que traz a cada uma força e o desejo de viver. Os tempos são difíceis no Afeganistão. As guerras matam, deixam feridos e doentes. Mas dentro de casa, a dor vai além das feridas externas. Para Mariam e Laila, o fim já foi declarado há tempos, mas ainda assim, elas juntam suas forças, abandonam o medo que as deixava incapazes e vão adiante, prosseguem e mostram para que vieram! Mariam aprendeu a sorrir depois de Laila, e Laila... bom, voltou ao início de tudo e encontrou novamente o motivo do seu sorriso. 


É difícil falar desse livro sem dar spoilers, pois os acontecimentos surgem um atrás do outro de forma que uma coisa vai ligando a outra, não deixando espaço para delongas. Os capítulos são curtos, com cinco páginas em média, que se intercalam entre Mariam e Laila. A escrita, leve e de fácil entendimento.
Aprenda isso de uma vez por todas, filha: assim como uma bússula precisa apontar para o norte, assim também o dedo acusador de um homem sempre encontra uma mulher a sua frente. Sempre.
O que mais me encanta desse livro não é a beleza das pessoas nem tampouco a beleza da escrita de Khaled, mas sim a coragem de Laila e Mariam! As duas, apesar de fazerem parte de uma estória fictícia, narram a verdadeira história das mulheres do Afeganistão. Mulheres sofridas, que carregam dor e medo por debaixo de suas burcas; silenciadas. 


Não é a primeira vez que leio esse livro, e nem será a última. Ele me emociona de forma incrível, me fazendo rever meus conceitos e o quanto ainda temos que aprender e lutar! Lutar não só por nós mesmas, mas por nossas irmãs. Por todas as mulheres que, assim como elas, são silenciadas não só por seus maridos, mas pela religião, governo e cultura.. É triste saber que esse silenciamento não se dá somente no Afeganistão, mas está em cada esquina, muitas vezes até mesmo do lado da nossa casa. Essa é uma estória que carrego no meu coração, Mariam e Laila são personagens que vou levar pra sempre em minha vida, como simbolo de coragem e resistência. 
Que assim como eu, vocês possam ler e se emocionar com essa linda estória! Um beijo!

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