Resenha - Corte de Espinhos e Rosas

Corte de Espinos e Rosas

Sarah J. Maas
Livro cedido pela editora

Número de páginas: 434

Editora: Galera Record

Classificação: ★★★★★
Sinopse: Depois de anos sendo escravizados pelas fadas, os humanos conseguiram se libertar e coexistem com os seres místicos. Cerca de cinco séculos após a guerra que definiu o futuro das espécies, Feyre, filha de um casal de mercadores, é forçada a se tornar uma caçadora para ajudar a família. Após matar uma fada zoomórfica transformada em lobo, uma criatura bestial surge exigindo uma reparação. 
Arrastada para uma terra mágica e traiçoeira — que ela só conhecia através de lendas —, a jovem descobre que seu captor não é um animal, mas Tamlin, senhor da Corte Feérica da Primavera. À medida que ela descobre mais sobre este mundo onde a magia impera, seus sentimentos por Tamlin passam da mais pura hostilidade até uma paixão avassaladora. Enquanto isso, uma sinistra e antiga sombra avança sobre o mundo das fadas e Feyre deve provar seu amor para detê-la... ou Tamlin e seu povo estarão condenados.

Eu estive digerindo essa leitura para fazer uma resenha, por que sério, são muitos sentimentos. Fazia um tempo que eu não conseguia me agarrar a um livro de fantasia como aconteceu com Corte de Espinhos e Rosas. Quem acompanha o blog sabe que esse não é totalmente meu gênero preferido, mas esse livro conseguiu ganhar meu coração de um jeito! Sabe quando você diz que só vai ler mais um capitulo e depois dormir, e quando vê são duas da manhã e você está terminando o livro? Pois é, isso aconteceu comigo. 




Esse livro tem como personagem principal Feyre, uma jovem humana que vive em uma especie de aldeia. A realidade de Feyre é de pobreza e fome, e ela precisa caçar para cumprir uma promessa que fez a mãe em seu leito de morte: manter a família segura. Ela possui um pai e duas irmãs que pouco fazem para contribuir para o bem da casa e da família.
Além desse drama familiar de Feyre também existe a realidade de toda a humanidade, que se encontra em meio a pobreza e a doença. Nesse mundo onde nossa personagem vive, os humanos já foram escravizados por criaturas muito poderosas chamadas Féricos, estas criaturas existem nas mais diversas espécies e possuem hierarquias, quando ouve uma rebelião por parte dos humanos foi feito um tratado onde foi decidido que uma barreira seria construída e os humanos deixariam de ser escravos e passariam a viver livres separados dessas criaturas. Obviamente a miséria, a fome e a falta de magia não favoreceu essa vida liberta da humanidade.

"Houve um tempo - há muito tempo, e durante milênios antes disso - em que éramos escravos dos senhores Grão-Feéricos. Houve um tempo em que construímos para eles gloriosas e extensas civilizações, com nosso sangue e suor, construímos templos para os deuses selvagens. Houve um tempo em que nos rebelamos, em todas as nossas terras e territórios. A Guerra fora tão sangrenta, tão destrutiva, que foi preciso que seis rainhas mortais oferecessem um Tratado para que o massacre terminasse dos dois lados e para que a muralha fosse construída: o Norte do nosso mundo foi concedido aos Grão-Feéricos e aos feéricos, que levaram sua magia com eles; o Sul ficou para nós, mortais covardes, eternamente forçados a tirar o sustento da terra."

Os Féricos são odiados por todos, inclusive por Feyre, que já ouvirá muitas histórias a respeito das coisas horríveis que eles fazem a humanos mesmo após feito o tratado de liberdade. Quando ela se vê de frente com uma fera, um grande lobo, mesmo temendo ela abate o animal sem se importar se esse pode ou não ser um férico. Ela tira a vida do lobo e precisa pagar com a própria. 
Esse é um livro difícil de ser resenhado pois mesmo com esse grande resumo que fiz para vocês aí em cima, muita coisa ainda ficou de fora. E muita coisa eu não posso contar pois tudo é um grande Spoiler! Esse livro se divide claramente em duas partes: Uma onde existe toda a introdução ao mundo da história, onde Feyre é levada a viver com os Féricos e outra onde o grande segredo que estava sendo guardado dela é revelado e nossa mocinha precisa agir para salvar aqueles que ama de uma grande maldição. 
Vivendo em meio aos Féricos, Freyre começa a descobrir que muito do que ouviu era resultado do ódio pelos antigos senhores, e que seres como Lucien e Tamlim não são tão horríveis assim. 

Os personagens masculinos são totalmente encantadores, você se apega a eles, Tamlim é poderoso e belo e possui todos os atributos que nos esperamos de um herói de contos de fada, Lucien seu melhor amigo e emissário é sarcástico e tem um humor apurado que nos faz gostar muito dele, um terceiro personagem que não vou nomear para não jogar spoiler possui aquela personalidade de malvado encantador que não deixa a gente odiar ele mesmo que ele faça coisas que ARRGH!
Mas sem sombras de dúvidas as que mais me impressionaram foram as personagens femininas, a irmã de Feyre, Nestha, é incrível, ela é forte e mesmo que no começo nós não gostemos da maneira como ela age depois passamos a entender a motivação de sua ira. A serva que é incumbida de acompanhar a mocinha no reino férico é outra personagem incrível que luta pelo bem estar dos sobrinhos e que presta auxilio a nossa protagonistas. Temos também uma grande vilã que por sua tirania e glamour merece ser colocada aqui entre o haul de grandes personagens femininas. Feyre, que é nossa principal, nossa diva, nossa deusa, é um pouco apagada no livro e isso me deixou um pouco chateada, ela é forte, brava, ela luta, mata coisas, sobrevive aos mais difíceis climas, porém é manipulada emocionalmente o tempo inteiro e nem percebe isso, essa foi uma das únicas coisas que eu realmente não gostei do livro. Poxa, cade a autonomia na vida dessa menina? Vamos se amar mais querida!



Sobre a edição: existem alguns probleminhas de continuidade na tradução e isso pode deixar o leitor um pouco confuso, alguns termos também tiveram uma tradução um pouco fraca e algumas passagens isso pode incomodar. Acredito que ocorreu isso devido ao numero razoável de páginas e ao pouco tempo para que a tradução e a revisão fosse terminada. Mas eu sinceramente prefiro ter o livro em mãos o mais rápido possível, do que esperar. Por que só quem sofre esperando as traduções e os lançamentos sabe como é triste. Eu vi uma galera reclamando da capa na internet, dizendo que prefiria a original, mas migos, que que tá acontecendo? Essa capa é linda e eu sinceramente achei a original bem tosquinha. Mindisgulpem. TIPO:

        
PFVRRRRRR NÉ!!?

Logo que eu estava terminando o livro comentei para o meu namorado: "Nossa esse livro é tipo uma mistura de A Bela e a Fera com Game of Thrones!" E daí fui ler a sinopse e tinha exatamente essa frase lá! AHAHAH De fato temos elementos bem fortes dessas duas grandes histórias, mas Sarah junta tudo isso e consegue inovar muito com um novo universo, novas criaturas e toda uma mitologia e religião própria da história. Não tem como não se impressionar com essa leitura. Outra coisa que gostei e que não costumo ver muito em livros de fantasia (tirando os de vampiros) é a exploração da sensualidade, do sexo e do prazer, e a autora consegue colocar isso no livro sem ser grosseira em nenhum momento, ela coloca na medida certa e faz toda a diferença. Mas gente, já me alonguei demais, só tenho a dizer que o tamanho da resenha está totalmente proporcional ao tamanho do meu amor por esse livro e que indico, reindico, recomendo e até mesmo se tivesse o poder obrigaria vocês a lerem!